Mostrando postagens com marcador Alergia ao Látex. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Alergia ao Látex. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Alergia ao Látex

A Alergia ao Látex ocorre por resposta imunológica em pacientes previamente sensibilizados às proteínas da Hevea brasiliensis, seiva extraída da seringueira. Em geral cursam com manifestações clínicas leves como prurido localizado e urticária até reações sistêmicas graves (anafilaxia), potencialmente fatais.

Epidemologia: Durante os últimos 15 anos, a prevalência do látex tem aumentado progressivamente. Os estudos mais recentes estimam que mais de 15 milhões de pessoas são alérgicas ao látex em todo o mundo. A prevalência na população geral varia entre 1-6%, porém, em grupos de risco é significativamente maior, como profissionais de saúde e pacientes com espinha bífida, com prevalência de 2,9 a 17% e 30 a 70% , respectivamente.

Manifestações clinicas: Dermatite de contato ou de hipersensibilidade tardia (reação tipo IV). Reação alérgica ao látex mediada por IgE: urticária ( manifestação precoce mais frequente), sintomas respiratórios (congestão nasal, rinorreia, tosse, asma), oculares (congestão), GI (náuseas, vômitos, diarreia, cólicas), palpitação, hipotensão, colapso cardiovascular, anafilaxia. 


RECOMENDAÇÕES PARA O ATENDIMENTO À PACIENTES COM HIPERSENSIBILIDADE AO LÁTEX 

Informar a supervisão da central esterilização: o manuseio de diferentes materiais e instrumental será realizado com luvas sem látex, será reservado um ciclo de esterilização exclusivamente para instrumentos e materiais necessários, assim que o processo for concluído será encaminhado para a sala de cirurgia onde será reservado. 

Todo o material que for preparado para o procedimento (máscara de anestesia, bolsa ventilatória) deverá ser processado com luva de vinil ou de nitrile para não deixar antígeno da luva de látex no material. 


CHECK LIST DOS MATERIAIS: 
  • Luvas SEM Látex (vinil, Neoprene, Silicone, Nitrile); 
  • Luvas cirúrgicas (6,5, 7,0, 7,5, 8,0 e 8,5); 
  • Seringas descartáveis com silicone ou seringas de vidro (NÃO utilizar seringas com êmbolos de borracha); 
  • Carro de anestesia látex-livre (Foley silicone e balão de silicone), 
  • Tubos traqueais e conexões livres de látex; 
  • Máscaras, balões de ventilação, circuitos respiratórios de silicone, polivinilcloridato ou de borracha preta, que seja velha e bem lavada previamente. 
  • Equipamentos de ressuscitação: isentos de látex; 
  • Ambu de silicone; 
  • Adesivos: Somente micropore ou transpore 3M; 
  • Produtos cirúrgicos sem látex que pode precisar como drenos tipo Penrose, cateter urinário, instrumental específico, clamps de borracha, cateter vascular e equipamento de irrigação; 
  • Garrotes de silicone ou luvas sem látex; 
  • Colchonetes e braçadeiras, cadeiras e mesas não identificados como isentos de látex, devem ser encapados com Lençol de Algodão; 
  • Os manguitos para medida de pressão arterial de borrachas devem ser encapadas ou protegidas com algodão; 
  • Frasco ampolas: retirar a lâmina metálica e a borracha de vedação e diluir/aspirar o medicamento, diretamente do frasco (providenciar pinça): 
- Não aspirar/diluir através das tampas dos frascos, 
- Não aspirar/injetar pelos injetores das bolsas, 
- Não puncionar nos injetores laterais dos equipos. 
  • Sapatos e tamancos cirúrgicos serão isolados com leggings sem látex; 
  • Gorro sem elástico. 

PREPARO DA SALA CIRÚRGICA 

  • Cirurgia eletiva do paciente de risco deve ser agendada no primeiro horário, quando se encontram os mais baixos níveis de antígenos dispersos no ar e para se evitar a dispersão aérea de partículas de antígeno aderidas no pó das luvas cirúrgicas utilizadas no procedimento anterior, diminuindo a exposição às proteínas do látex. Se não for no primeiro horário, a sala cirúrgica deve permanecer parada por 2 horas e 30 minutos; Deixar o ar condicionado ligado; 
  • Remover os aparelhos, materiais e aparelhos que contêm látex (garrote, frascos de aspiração com tampa preta, extensão de O2 com terminal de látex, esparadrapo, etc). Aqueles que são necessários e não estão registrados como livres de látex, serão trocados por outros que não o contenham; se não for possível, e eles estarão em contato direto com o paciente, pode ser isolado usando lençóis, mangueira, tampas cirúrgicas, tampas de câmeras, etc., isentas de látex; 
  • Uma limpeza completa de pisos, paredes, superfícies e aparelhos por pessoal de limpeza treinado, quem usará luvas sem látex e equipamentos de limpeza; 
  • Identificar a sala cirúrgica em que o procedimento será realizado para restringir o tráfego desnecessário de pessoas na sala. A sala deverá ficar com a porta constantemente fechada. Será colocada a porta de acesso à sala de cirurgia uma placa com a legenda “Sem entrada, espaço livre látex"; 
  • O pessoal envolvido no tratamento e cuidado do paciente será lembrado da necessidade de não carregar nenhum objeto contendo látex no dia da cirurgia; 
  • Restrinja o fluxo de pessoas: a mesma equipe deve ser mantida durante toda a duração do procedimento cirúrgico. 

PÓS-OPERATÓRIO 

  • Manter assistência segura com produtos isentos de látex na Unidade de Internação, seguindo as mesmas recomendações do intra-operatório. 
  • Identificar e separar estes produtos para o atendimento ao paciente. 
  • Utilizar somente luva de vinil ou de nitrile no atendimento das precauções padrão. 
  • Acompanhar e monitorar a paciente para possível reação. 
  • Orientar paciente para a transferência de setor ou hospitalar.

Dimensionamento de Enfermagem